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Atualização das relações comerciais entre a China e a Alemanha – Primeiro semestre de 2024

De 14 a 16 de abril de 2024, o chanceler federal da Alemanha, Olaf Scholz, fez uma visita à China com uma delegação considerável composta por chefes de uma dúzia de gigantes industriais. A visita coincidiu com o 52º ano de relações diplomáticas entre a Alemanha e a China e com o 10º ano da parceria estratégica completa entre a Alemanha e a China. Em 2023, o comércio bilateral entre a Alemanha e a China foi de 253,1 bilhões de euros e, por oito anos consecutivos, a China foi o maior parceiro comercial da Alemanha.

O mercado chinês serve como um oceano azul para as empresas alemãs expandirem seus negócios, bem como um terreno fértil para a inovação tecnológica e a modernização industrial. Neste artigo, exploraremos as tendências, oportunidades e desafios dos investimentos alemães na China, mostrando a cooperação econômica e comercial cada vez mais profunda entre a China e a Alemanha.

Investimento alemão na China mantém crescimento, atingindo níveis recordes

A Alemanha tem sido o maior parceiro comercial da China na Europa por 49 anos consecutivos. Um estudo recente realizado pelo Instituto Alemão de Pesquisa Econômica (DIW) revelou que o investimento direto da Alemanha na China atingiu um novo pico de 11,9 bilhões de euros em 2023, registrando um crescimento anual de 4,3%. Esse aumento significativo ressalta o inegável fascínio do mercado chinês para as empresas alemãs. Além disso, a “Pesquisa de Confiança Empresarial 2023/2024”, publicada pela Câmara de Comércio Alemã na China, indica que mais da metade das empresas alemãs pesquisadas pretende aumentar seus investimentos na China nos próximos dois anos. Isso prenuncia uma parceria econômica e comercial ainda mais estreita entre a China e a Alemanha.

A participação do investimento alemão na China atinge novos patamares, com setores emergentes se tornando novos pontos de acesso

Não apenas o volume total de investimentos alemães na China aumentou, mas também sua proporção no portfólio geral de investimentos no exterior da Alemanha vem crescendo anualmente. Uma análise dos dados do Banco Central Alemão feita pelo DIW mostra que, em 2023, o investimento alemão na China representou 10,3% de seu investimento total no exterior, marcando o nível mais alto desde 2014. Embora os setores tradicionais, incluindo automóveis, produtos químicos e equipamentos de geração de energia, continuem sendo os pilares fundamentais do investimento alemão na China, com a transformação e a modernização econômica, a P&D inovadora, a proteção climática, o desenvolvimento de energia renovável e outros setores emergentes estão gradualmente se tornando novos pontos quentes para as empresas alemãs investirem na China. A Siemens Healthineers, fornecedora alemã de equipamentos de saúde, investiu mais 1 bilhão de RMB para estabelecer uma base de P&D e produção em Shenzhen, e a Volkswagen (VW) investiu 2,5 bilhões de euros para expandir seu centro de fabricação e inovação na cidade de Hefei, o que não apenas reflete a importância que as empresas alemãs atribuem ao mercado chinês, mas também traz mais possibilidades para a cooperação entre os dois lados.

Hannover Messe reforça a cooperação sino-alemã com novos destaques

O sucesso da Hannover Messe 2024 constrói pontes de colaboração e intercâmbio para o setor global. A Messe atraiu quase 4.000 expositores de cerca de 60 países e regiões. Notavelmente, os expositores chineses representaram 30% do total, atrás apenas da anfitriã Alemanha. A cidade de Taicang, na província de Jiangsu, onde muitas empresas alemãs estão localizadas, utilizou essa plataforma realizando um fórum de investimentos, assinando dois projetos significativos com um investimento combinado superior a RMB 30 milhões e injetando nova vitalidade na cooperação econômica e comercial sino-alemã em ciência e tecnologia.

PMEs e campeões ocultos navegam por novos horizontes na China

As startups alemãs de alta tecnologia e as pequenas e médias empresas (PMEs) estão atuando progressivamente como novos pontos focais na colaboração entre a China e a Alemanha. A convocação bem-sucedida do Fórum de Cooperação e Desenvolvimento Industrial Sino-Alemão de Pequim – Fórum de Campeões Ocultos Sino-Alemão (Europa) estabeleceu um canal direto para o diálogo e a parceria entre os dois lados. Mais de uma dúzia de projetos de diversos setores, incluindo veículos inteligentes de energia nova, economia digital, educação e cultura, firmaram acordos de cooperação durante o fórum. Isso incluiu o estabelecimento da Faculdade Internacional da Universidade de Paderborn (Pequim), a sede na China e o centro de P&D da MediCAD, uma empresa alemã de software médico, um serviço confiável de circulação de dados para o setor automotivo sino-alemão, e a sede na China e o centro de P&D da WrxFlo, uma empresa irlandesa de software. Essas conquistas demonstram as oportunidades ilimitadas que aguardam as PMEs europeias no vibrante mercado chinês. Além disso, a HCP GmbH, uma PME alemã do setor farmacêutico e de saúde que foi pioneira na entrada no mercado chinês, pretende estabelecer uma base de comércio eletrônico ao vivo dedicada em Taicang, Jiangsu, demonstrando a exploração proativa de estratégias de mercado inovadoras por PMEs alemãs na China.

Fortalecendo os laços econômicos e comerciais em meio à volatilidade econômica global

O considerável mercado chinês oferece oportunidades para que as empresas alemãs alcancem crescimento comercial e fluxos de receita. Ao mesmo tempo, a busca incessante da China por inovação tecnológica e desenvolvimento ecológico abriu novos caminhos de colaboração para as empresas alemãs. Ao aprofundar a cooperação econômica e comercial entre a China e a Alemanha, as empresas alemãs podem fazer melhor uso dos recursos e das vantagens do mercado chinês e alcançar a transformação, a atualização e o desenvolvimento sustentável de seus próprios negócios. Enquanto isso, as empresas de ambos os países devem entender os desafios da cooperação econômica entre a China e a Alemanha. Por exemplo, a UE anunciou tarifas provisórias sobre os veículos elétricos chineses. A implementação dessa medida tornará o desenvolvimento do setor de carros elétricos mais desafiador. A Associação da Indústria Automotiva Alemã (VDA) apontou que, por um lado, a maioria dos carros importados da China é produzida por empresas europeias; por outro lado, a China pode tomar contramedidas como o aumento do preço das matérias-primas e das baterias para EVs. Em alguns casos, as tarifas sobre as empresas de manufatura e joint ventures europeias na China podem sofrer um golpe maior do que os fabricantes locais chineses.

Conclusão

Em resumo, a dinâmica de negócios entre a China e a Alemanha mostra o forte impulso e o potencial de longo alcance da cooperação econômica e comercial entre os dois países. O crescimento contínuo e o aumento da proporção de investimentos de empresas alemãs na China não apenas consolidam a base da cooperação em setores tradicionais vantajosos, mas também abrem novos pontos de crescimento em campos emergentes, injetando um forte impulso para o desenvolvimento diversificado da cooperação sino-alemã. Para enfrentar a incerteza da economia global e o impacto geopolítico, as empresas chinesas e alemãs devem fortalecer suas comunicações e cooperação para enfrentar os desafios e aproveitar as oportunidades, além de promover as relações econômicas e comerciais bilaterais rumo a um futuro mais próspero e sustentável.